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O erro mais comum na análise de problemas da gestão de serviços e como evitá-lo em apenas 3 passos.



Segunda-feira, 8:00 da manhã.

Após pegar o café, já no escritório (ou agora no seu home office), você consulta a agenda. A primeira reunião do dia é a revisão mensal dos resultados da operação de serviço de atendimento ao cliente.

Estas reuniões nunca são tranquilas, mas esta específica guarda uma surpresa. E surpresas você sabe que nunca são boas.

Na pauta, uma lista de reclamações de clientes. Algo chama atenção: todos foram chamados de atendimento ao cliente não atendidos. Você é questionado sobre o que houve.

É tentador começar a ler cada reclamação durante a reunião e tentar interpretar o que aconteceu. É isso que sentimos vontade de fazer.

Bem, mas ao fazer isso, você acaba de cometer o erro mais comum na análise de problemas da gestão de serviços.


Olhar primeiro os detalhes sem ter uma visão geral (processo) leva a conclusões erradas.


É como montar um grande quebra-cabeças olhando apenas para uma peça isoladamente.




Não caia nesta armadilha.


Para isso, siga estes 3 passos:

1. Conheça a sua demanda (neste caso as reclamações).

Para fazer isso, pegue os dados das reclamações (demanda) e entenda o que eles estão dizendo.

Dica: prefira sempre uma tabela a apenas uma lista.

Comece com o relatório e analise se ele traz dados sobre:

  • quais dias?

  • quais horários ocorreram as falhas?

  • quais os tipos de chamados?

  • quais atendentes tem o maior número de reclamações?

Olhe a tabela de reclamações:

[Tabela de Reclamações]


O que ela está mostrando?

Dados. Por enquanto, apenas Dados. Ainda assim, são muito importantes.


Duas dicas sobre dados:

  • Tenha ou peça dados: afinal, se não tiver dados, você não conseguirá analisar nada e precisará ir primeiro atrás deles.

  • Tenha dados suficientes: dados podem ser poucos ou muitos. Concentre-se em ter apenas o suficiente para a sua análise. Relevância é melhor que quantidade.

E este é o caso da nossa tabela.


Agora, você pode dar o segundo passo.

2. Reconheça os padrões.

Por que buscar padrões? Porque isso vai:

  • economizar muito tempo na resolução;

  • será muito mais direto ao ponto, e

  • evitará retrabalho de correções não efetivas.

Então, você está buscando padrões que ajudem a desvendar a causa da falha ou erro.


Dica: Processos falham mais em padrões do que aleatoriamente.

Mas, não há como identificar padrões de erro sem antes conhecer os números ou analisar os dados.

Para entender melhor, preste atenção a sequência de gráficos.

1. Ordene esta tabela por data de abertura:

[Tabela Ordenada]


2. Agora crie um gráfico de dispersão:

[Gráfico de Dispersão das Reclamações]

No eixo X estão os dias e no eixo Y os números de chamados.

O que você vê agora?

Sim, as falhas estão concentradas em dias específicos. Pergunte-se:

  • O que aconteceu nesses dias?

  • Por que as reclamações se concentraram em determinados dias?

  • O que posso aprender desta informação?

Você ainda não tem estas respostas. Mas, já conhece a sua demanda e reconhece o padrão.

Agora está pronto para dar o terceiro passo.

3. Conheça o seu processo

Você deve ter os dados da sua operação. Vá em frente e pegue a tabela de chamados diários.

Vamos olhar para o Gráfico de Evolução de chamados ao longo dos dias.

No eixo X estão os dias e no eixo Y a quantidade de casos por dia.:

[Gráfico de Evolução de Chamados por Dia]


O que você aqui? Apesar de já ser um gráfico, não se vê nada, apenas dados.


Mas vamos adicionar a seguinte informação: informação da capacidade do seu processo.


Ela é representada por duas linhas neste gráfico: o Limite Superior (linha cinza) e o Limite Inferior (linha laranja).

Entre estas linhas está a faixa de chamados diários que você consegue atender de forma otimizada.

Veja agora:

[Gráfico de controle]


Para esta análise, vamos nos concentrar no Limite Superior, representado pela linha cinza.

Olhe para o seu processo e comece vendo, por exemplo, onde houve uma extrapolação do processo. Eles estão acima da linha do Limite Superior.

Quais dias foram estes?

11, 13, 16, 21, 23 e 27

[Gráfico de Chamados por Dia sinalizado]

Agora você precisar cruzar estas duas informações para gerar um conhecimento sobre o assunto, no caso, conhecer a causa das reclamações com base na falha do processo.

Vamos voltar aos chamados perdidos.

Quais foram os dias em que os chamados foram perdidos?


Olhe o gráfico de Dispersão das reclamações de chamados não atendidos. Observe os dias em que ocorreram as reclamações:

[Gráfico de Dispersão sinalizando os dias]


Os dias das falhas foram: 11, 13, 16, 21, 23 e 27.

Correlacione as informações e pronto!

Os dias em que o processo "estourou" foram onde ocorreram as reclamações.

Apenas coincidência? É óbvio que não. Existe uma correlação direta entre os dois fenômenos: 1. exceder a capacidade do processo e 2. incidência de reclamações.


Pronto, você matou o problema em apenas 3 passos e com apenas 2 gráficos bem analisados. E nunca mais cometa o erro de tratar falhas de processo como se fosse um problema pontual.

Agora, você já tem uma resposta.

Trabalhe para corrigir isso por ajustar a capacidade do seu processo.

Este foi apenas uma pequena amostra do que a técnica de análise da capacidade do processo pode fazer por sua operação e o seu negócio.

Outras análises podem e devem ser feitas:

  • Por que a demanda tem tantos picos e vales fora da faixa de controle?

  • A demanda foi projetada corretamente?

  • Por que o processo parece estar com uma faixa tão estreita de controle?

  • O que significa quando o número de chamados está abaixo do limite inferior (a linha laranja) do caso estudado acima?

Se ficou curioso, acompanhe o Blog e leia o artigo com as respostas a estas perguntas.

Boa jornada do conhecimento!

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